terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Porque Cássio vai apoiar Ricardo em 2014



Tucanos paulistas revelaram ao Blog que o partido não trabalha com a expectativa de candidatura do senador Cássio Cunha Lima ao Governo, em 2014. E por várias razões. É interessante para o partido manter a aliança estratégica com o PSB de Eduardo Campos, ante a possibilidade de uma aliança nacional visando a disputa da Presidência.
Essa é perspectiva do PSDB. Mas, o senador Cássio tem a sua própria estratégia. Ele tem revelado, por exemplo, desinteresse na disputa do Governo, mesmo admitindo que, aos seus olhos, seria elegível. Vai na contramão do que afirmou, recentemente, o ministro Arnaldo Versiani, quando afirmou que o tucano está atingido pela Lei da Ficha Limpa.
É claro que o senador sabe das dificuldades para enfrentar uma maratona jurídica, ainda mais tendo que se indispor com seu principal aliado, o governador RC. Seria a implosão da aliança que, bem ou mal, começou na eleição de 2010 e foi vitoriosa. Pequenas escaramuças são previsíveis, muito mais para barganhar espaços e mostrar musculatura.
É claro que não interessa ao senador um rompimento com o governador Ricardo Coutinho. E por que? Primeiro, porque indicou vários de seus amigos no Governo. Fala-se também na nomeação de alguns milhares de militantes. Romper significaria demitir seus correligionários, uma operação politicamente incorreta considerando sua biografia.
Depois, romper com Ricardo significaria se posicionar para uma aliança com o lado contrário e, até onde a vista alcança, a oposição ao governador está gravitando em torno do ex-prefeito Veneziano e setores do PT, com os quais, certamente, não tem muitas afinidades. São notórias suas posições antagônicas ao Governo petista e peemedebista de Dilma Roussef.
Os sinais da manutenção da aliança são vários. Um deles ocorreu logo após a posse do prefeito Romero Rodrigues, quando o governador recebeu pista livre para ocupar Campina Grande com suas máquinas e a verborragia política. Interessa aos dois lados: Romero pode se beneficiar com mais recursos. Ricardo tenta limpar a imagem desgastada na cidade.
Aliás, o fato de Ricardo não ter pisado em Campina durante a eleição foi um outro sinal. Cássio sabia o quanto isso poderia prejudicar a campanha de Romero. RC cumpriu o que o aliado pediu. Indício claro da combinação entre eles. Além do mais, há os votos de Cássio na Assembleia e o TCE, que tem, digamos, certa simpatia pelo tucano.
É estratégico para Cássio manter seus interesses e aliados no Governo. Ricardo sabe disso e zela para que o senador esteja satisfeito nesse particular. Romper seria um trauma. Para os dois. Cássio perderia espaços importantes e RC, um aliado de peso para 2014. E, finalmente, se fosse mesmo elegível, Cássio não abriria mão de ser candidato. Ele já partiria como favorito. Quem iria abrir mão de uma vitória praticamente assegurada?

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