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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Conheça o único engenheiro do Facebook que trabalha no Brasil
Artur Souza deixou o emprego na Nokia
para se tornar um dos 50 brasileiros que trabalham na rede social com
mais de 1 bilhão de usuários no mundo: "Parece que faz três anos"
No início de junho de 2012, o brasileiro Artur Souza, 28
anos, entrou pela primeira vez na sede do Facebook, na cidade de Menlo
Park, Califórnia (EUA). A empresa estava movimentada, pois naquele dia,
além de Artur, uma nova turma de estagiários começava a trabalhar na
empresa. Depois de se identificar, Artur ficou esperando a recepcionista
encontrar seu nome, mas não estava na lista. "Ah não, você é um
funcionário 'full time', não um estagiário", disse ela, antes de liberar
a entrada do primeiro engenheiro de software do Facebook contratado
para trabalhar no Brasil. LEIA TAMBÉM: Primeiro brasileiro a trabalhar no Facebook recruta compatriotas Conheça Mike Krieger, o brasileiro do Instagram Fotoarena/Fernando Genaro
"Faz pouco mais de seis meses, mas parece que já faz três anos", diz Artur Souza, sobre experiência no Facebook
Souza passou seis semanas na sede do Facebook para um
processo de integração, chamado de "bootcamp". Ele não ficou
impressionado com os lanches à vontade, serviço de lavanderia de graça e
academia dentro do Facebook, facilidades encontradas em muitas empresas
do Vale do Silício (EUA). O que mais chamou a atenção dele foi a
recepção da empresa aos novos funcionários. "No meu segundo dia
programando, eu já tinha código rodando no Facebook. Não existe outra
empresa no mundo em que, com dois dias apenas, eu já teria este impacto
em 1 bilhão de pessoas", diz Artur.
O primeiro contato sobre a vaga para trabalhar na
engenharia do Facebook no Brasil, para fazer a interface entre a equipe
técnica e de vendas de publicidade, aconteceu em março de 2012. Naquela
época, Souza trabalhava como engenheiro de software no Instituto Nokia
de Tecnologia, em Recife (Pernambuco), e tinha acabado de se casar -- a
esposa mudou para Recife e, apenas alguns meses depois, tiveram que
retornar a São Paulo. "Tive que passar por entrevistas técnicas e de
negócios, já que precisaria manter contato com a equipe de vendas." Meu primeiro "iPod"
O interesse de Artur por tecnologia começou muito antes
de o Facebook nascer. Nascido em Ribeirão Preto, no interior de São
Paulo, ele interagiu pela primeira vez com o computador na escola e, no
mesmo dia, pediu um de presente para a mãe. "Ela me disse que eu ia
ganhar quando soubesse digitar com todos os dedos, só não esperava que
eu fosse tão aplicado para aprender em apenas uma semana", diz Artur. Arquivo pessoal/Artur Souza
Com 13 anos, Artur Souza podia ouvir música a partir do tocador de MP3 que ele mesmo construiu
Com 13 anos, ele e um amigo se inscreveram em um curso
para aprender a escrever código na linguagem Delphi. Semanas depois, em
casa, aprendeu sozinho a programar em Clipper.
O conhecimento em programação o ajudou a realizar outro
sonho de consumo: ter um tocador de MP3. Como muitos outros jovens,
Artur não via a hora de comprar um iPod, tocador de MP3, da Apple, mas o
produto era muito caro. Foi então que ele resolveu usar os
conhecimentos em programação para criar seu próprio tocador de MP3.
Artur comprou peças de computadores antigos, um display
de máquina de refrigerante e um teclado numérico pela internet e montou
tudo dentro de uma caixa de acrílico. Depois ligou o conjunto ao
computador por meio da porta paralela, a mesma usada para conectar
impressoras de modelos mais antigos. O protótipo funcionou. "A minha
ideia era instalar o tocador de MP3 no carro do meu pai, mas ele não
deixou. Mas eu aprendi muito nessa época", diz Artur. Espírito de startup
Depois da proximidade com a tecnologia durante a infância
e adolescência, não foi difícil se acostumar com a cultura do Facebook.
Segundo Artur, que chegou à empresa logo após a oferta inicial de ações
(IPO), o Facebook consegue manter o clima de startup, apesar de ter
mais de 4,6 mil funcionários em todo o mundo: nenhum funcionário tem
sala própria e todos na sede almoçam no mesmo local, inclusive Mark
Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook. "Ele parece ser uma pessoa muito
aberta. Qualquer pessoa pode falar com ele, se tiver algo para falar,
claro", diz Artur, que nunca falou diretamente com Zuckerberg.
Artur voltou ao Brasil após o "bootcamp" e passou a
dividir seu tempo entre escrever código para projetos locais e receber
demandas da equipe de vendas do Facebook e auxiliar desenvolvedores
locais em projetos baseados na plataforma. O engenheiro também viaja
muito para outros países da América Latina, como Argentina e México,
para discutir projetos com as equipes de vendas desses países. "A ideia é
crescer o time em breve no Brasil, mas ainda não temos uma data para
contratar mais gente." O primeiro hackaton
Apesar de todos os projetos de engenharia que têm impacto
na plataforma do Facebook serem desenvolvidos na sede, Artur já teve a
oportunidade de criar novos recursos. Durante o último hackaton,
maratona de programação que envolve toda a equipe de engenharia do
Facebook, ele desenvolveu um novo botão para o recurso de eventos que
permite exportar listas de convidados para uma planilha eletrônica.
"Eu estava com um colega no escritório e ele disse que
seria bom se ele pudesse deixar uma lista de convidados com o porteiro
dele, para que ele o interfone não tocasse toda hora. Virou meu projeto
de hackaton", diz Artur.
Durante 24 horas, ele desenvolveu o novo recurso e o
apresentou para outros engenheiros do Facebook. Rapidamente o botão
começou a ser testado com um grupo pequeno de usuários e logo estava
disponível para os mais de 1 bilhão de usuários do Facebook. "Muitos dos
recursos mais importantes do Facebook também nasceram em hackatons,
como a linha do tempo, o chat. A empresa incentiva que os funcionários
façam projetos que não tem nada a ver com o seu dia a dia durante os
hackatons."
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